terça-feira, janeiro 30, 2007

Reconhecimento facial

As medidas biométricas que usamos para nos identificar vão muito além de nossa percepção. O reconhecimento facial não é tão trivial quanto poderíamos esperar. As primeiras abordagens de sistemas de biometria facial calculavam as distâncias entre determinados pontos da face e razão entre essas distâncias. Essa abordagem, que se demonstrava bastante intuitiva, se revelou muito falha.

Esse campo de estudo deu um grande salto com uma abordagem mais matemática. Com um método chamado PCA (Principal Component Analysis) as imagens da face eram tratadas pelas características de composição digital e não apenas pelas características da face da pessoa. Os resultados melhoraram, mas ainda deixavam a desejar.

Depois vieram tantos outros métodos baseados em características da face, tratamentos estatísticos e características da imagem. Apesar dos progressos, os maiores problemas encontrados eram sempre os mesmos: condição de iluminação, idade da pessoa (pessoas idosas são mais difíceis de serem reconhecidos), etnia (pele escura dificulta o processo), sexo (homens são mais fáceis de serem reconhecidos), posição da face, intervalo de tempo entre a foto do banco de dados e a foto no momento da verificação.

Talvez o sistema mais empolgante de reconhecimento facial seja o 3D Morphable Model. Através desse sistema, qualquer face 2D é reconstituída em uma face 3D de acordo com certos parâmetros. Estes por sua vez, podem ser utilizados como dados para comparação biométrica. Veja o vídeo do sistema de reconstituição 3D.

sábado, janeiro 27, 2007

Iluminação interna natural. Sem janelas...

A tecnologia de vibra ótica não é novidade. Mas utilizá-la usando a luz solar para fins de iluminação é algo tanto inovador quanto simples. Salas de aula, residências ou prédios poderão utilizar esse tipo de iluminação economizando em até 30% na conta de luz. O tipo de luz criado dá maior naturalidade ao ambiente.



Um ponto negativo de tal tecnologia é que o cabo ótico consegue dissipar a luz por apenas 10 metros. Algo não citado no vídeo é o preço do equipamento e instalação. Espero que saia no mercado com um bom preço pois, infelizmente, o bolso ainda manda mais no que a consciência de preservação do meio ambiente.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Criança feliz

Quanta imaginação as crianças têm para inventar e reinventar jogos, brincadeiras e brinquedos! Infelizmente tudo na vida é passageiro. Com o tempo perdemos tal habilidade inovadora, em seu estado mais puro.

Os quadrinhos de Calvin e Harold retratam com um humor muito inteligente essa fase da infância. O tigre é um ser de sua imaginação, como tantas outras coisas. Numa mistura de sarcasmo, ironia, comédia e reflexões sutis, o autor Bill Watterson nos faz lembrar dessa fase em que temos criatividade e tempo de sobra. Quem conhece bem os quadrinhos vai entender e sentir o peso deste aqui (clique para ampliar):



Não conheço a autoria, mas felizmente não é realizada por Bill Watterson. No entanto, mostra uma realidade, um momento em que começamos a entrar na seriedade da vida e que começamos a deixar de curtir o barato da criatividade.

Muitos tentam buscar novamente essa curtição, mas esbarram na barreira de não conseguir reencontrar aquela sensação de liberdade da infância. Claro que não, o tempo e as responsabilidades já são outras.

Canalizamos a energia para algo mais profissional. Queremos usar ou criar um produto para ganhar a nossa vida. Conceito este um pouco distorcido, pois quase sempre que dizemos “ganhar a vida” na verdade queremos dizer que perdemos um tempo precioso de nossa vida. Vale a pena ver esta animação que mostra a luta desse reencontro com a felicidade infantil.

domingo, janeiro 21, 2007

Empreendedorismo

Ser empreendedor não significa necessariamente abrir uma empresa e ver no que dá. Trata-se mais de um estado de espírito, vontade de resolver o problema dos outros, ter foco, não se importar com erros, não se comparar a ninguém nem ao sucesso dos outros, trabalhar muito e saber como caminhar com as próprias pernas. Não precisamos sair do nosso emprego para ser um empreendedor. Devemos nos inspirar naquilo que faz emergir nosso potencial.



Vou bater na mesma tecla e falar novamente do Hugh MacLeod (autor do manisfesto “How to be creative”, já postado aqui). Li em seu blog algumas características de um empreendedor ou algo que nos incentivam a ser um. As que mais me chamaram a atenção:

“- One successful entrepreneur I know well has a wonderful quality, namely that he never, ever compares himself to other people. He just does his own thing, which actually serves him rather well. Just because his competitor has bought himself a bigger motor boat, doesn’t mean he feels the need have a bigger motor boat. This quality helps him to build his business the way he sees fit, not the way the motor boat people see fit.”

"- Bill Gates may have a million times more money than me, but he isn’t going to live a million times longer than me, watch a million times more sunsets than me, make love to a million times more women than me, drink a million times more fine wines than me, listen to a million times more Beethoven String Quartets than me, nor sire a million times more children than me. Human beings don't scale.”

sábado, janeiro 20, 2007

Entrevista com Al Gore

Esse vídeo eu encontrei no blog "Uma Malla pelo mundo". (Malla, desculpe, voltei a procurar mas eu não achei o link em que você o menciona). É uma entrevista longa e vou poupar o tempo de vocês escrevendo pouco. Para quem ainda não viu o filme “Uma verdade inconveniente”, um aviso: Não perca tempo!

  • Clique para ver a entrevista (Não tem no youtube)
  • sexta-feira, janeiro 19, 2007

    Velocidade da inovação

    É realmente impressionante a velocidade com que acontecem as coisas hoje em dia. As indústrias envolvidas em pesquisa e desenvolvimento de produtos lutam pela sobrevivência não apenas com o acompanhamento do mercado e sim com a previsão de sua evolução. É um ambiente onde se assumem muitos riscos. O produto tem que ser idealizado, projetado, aperfeiçoado e testado num tempo cada vez menor. No programa Saturday Night Live , Steve Jobs apareceu fazendo uma brincadeira com tal velocidade de inovação em seus produtos.



    No entanto, peça fundamental para o sucesso de um produto nos dias atuais é a preocupação ecológica. O projeto de ciclo de vida de um produto deve considerar todo impacto ambiental desde sua produção até o descarte.

    Nesse aspecto a Apple está deixando a desejar. As políticas empresariais e ambientais da empresa vêm sendo criticadas pelo Greenpeace. Eles montaram um site com um layout parecido com o da Apple, atacando a empresa por falta de políticas de descarte e materiais tóxicos presentes em seus produtos.

    O Greenpeace ainda realizou uma operação de guerrilha, iluminado de verde a caixa de vidro que é a loja da Apple em Nova York.



    Está rolando também no youtube uma paródia do Steve Jobs apresentando um iPod verde, onde estariam respeitando o meio ambiente.

    terça-feira, janeiro 16, 2007

    Ciência e arte

    Há uma relação muito forte entre engenharia e arte. Não é necessário ir muito além para confirmar, basta pensar em Leonardo da Vinci. Já Theo Jasen é um artista contemporâneo que insere engenharia em suas esculturas. A idéia é fazer um estudo do movimento dos animais, reproduzir em um mecanismo leve, e deixar que a criação sobreviva em um grande campo apenas com a força do vento.

    A BMW teve uma excelente sacada em usar suas esculturas em uma propaganda. Incrível como um anúncio de carro pode passar tanto o conceito de inovação sem mostrar nenhum carro.



    O artista tem outras esculturas como esta:



    O mecanismo pode parecer complicado, mas na verdade é bem simples. É muito bem pensado. O vídeo abaixo mostra por etapas a montagem e funcionamento do bichão andante aí de cima.

    segunda-feira, janeiro 15, 2007

    iPortabilidade

    O filme Minority Report traz inovações fictícias, sobre tudo, na interface homem/máquina. Inovações para aquela época de 2002. Agora nós temos o iPhone! O aparelho é todo touchscreen, sem botões. É incrível o nível de interatividade e facilidade de uso que conseguiram alcançar.



    É interessante perceber que na verdade não há nenhuma nova funcionalidade. Quero dizer, aparelho celular que toca mp3 e navega na internet não é novidade. Apenas fizeram tudo muito bem feito. Os seus grandes diferenciais que poderão ditar o sucesso do produto serão a interface, design e programação visual. Estamos alcançando os extremos da portabilidade.

    domingo, janeiro 14, 2007

    Quem matou o carro elétrico?

    Se o carro elétrico batia recordes de velocidade em 1898, por que foi abandonado? E o biodiesel? Ele foi inventado em 1902, pelo próprio Rudolf Diesel, utilizando óleo de amendoin. O projeto não decolou na época devido ao baixo custo do petróleo, mas ele já previa que no futuro este tipo de combustível seria muito interessante para desenvolver a agricultura em paises subdesenvolvidos. Que visão!

    A partir de 1996 houve um outro esforço para retomar a produção de veículos elétricos, mas novamente algo aconteceu e este tipo de veículo não pegou. Quem são os culpados? O filme “Who killed the electric car” explora essa temática em um momento muito oportuno na discussão sobre propulsores alternativos e aquecimento global. Afinal, nossos automóveis representam em torno de 30% das emissões de CO2. Antes mesmo de ver o filme acompanhe o veredito:

    - Consumidor (CULPADO)
    - Baterias (INOCENTE)
    - Industria do petróleo (CULPADO)
    - Industria automobilística (CULPADO)
    - Governo (CULPADO)
    - Células a combustível de hidrogênio (CULPADO)

    Acompanhe o trailer.



    As tecnologias avançam muito, e com boa vontade política e ações estratégicas, poderemos ter um grande avanço nessa área nos próximos anos. Apesar de termos cada vez mais carros rodando nas ruas (são 52 milhões por ano no mundo todo), os carros poluem cada vez menos graças à uma combustão mais limpa realizada pela injeção eletrônica entre outras tecnologias.

    Nunca o tema foi tão discutido pela industria automobilística, e até mesmo no último salão de Detroit os engenheiros acharam muito estranho não encontrar neve nas ruas.

    Há projetos promissores com uso da nanotecnologia para o armazenamento de energia elétrica que irão revolucionar a idéia que temos de baterias. Pretendo explicar mais detalhes nos próximos posts.

    Ferramentas, idéias e técnicas estão aí para serem aplicadas. O progresso virá se não ocorrerem sucessivos assassinatos a aquelas que vêm para o bem da humanidade. Ficamos otimistas quando vemos que cada vez mais empresas, órgãos governamentais e ONGs agindo em prol da causa, como se estivessem pagando a fiança para reduzir sua parcela de culpa.

    terça-feira, janeiro 09, 2007

    Mais uma prova do aquecimento global

    Me enviaram mais uma prova do aquecimento global. É um argumento tão forte que dispenso qualquer outra palavra...

    Vestígios

    Hoje li uma notícia de Geoffrey Lean reportando o sumiço de uma ilha na Índia, chamada de Lohachara. A causa foi atribuída ao aquecimento global. Há alguns dias li no jornal O Globo sobre pedaços gigantes de gelo que se desprenderam da Antártica e poderiam ameaçar algumas plataformas de petróleo. Outro dia a notícia era sobre um ciclone se formando a cem quilômetros da costa do estado de Espírito Santo. Ninguém deu destaque. Há! Também já tivemos nosso primeiro furacão no sul do país, não se esqueçam... Enquanto isso, aqui no Brasil, continuamos a contribuir com nossa parcela de culpa nos fenômenos citados causando queimadas. Nota: O Brasil é o quinto maior emissor de CO2. E lá não tão longe, nos EUA, temos um presidente pensando numa linha meio: “Nature needs to colabore with us! Nature needs to listen to us!” Vale a pena conferir a encenação do comediante Will Farrell.



    Justiça seja dita, é dos EUA também que vêm grande parte das soluções do problema. E também as maiores ações! Podemos comprovar isto lembrando do nosso herói bombado dos anos 90, Arnold Schwarzenegger, que promulgou uma lei para redução de 25% de emissão dos gases de efeito estufa até 2020. Chama ainda muita atenção uma lei conhecida como Gas Guzzler, de 1978, que estabelece taxação proporcional ao consumo do carro. O Greenpeace fez uma propaganda incentivando uma vida low profile, onde uma pessoa que utiliza um carro beberrão seria mal vista pelos outros.

    sexta-feira, janeiro 05, 2007

    O cidadão e o seu mundo.

    Há um grande debate em torno do comodismo político do brasileiro. É claro que tal estado latente das pessoas é em grande parte refletido pelo individualismo. Nós temos baixo índice de confiança em nossos compatriotas. Como esperar então união das pessoas e fazer movimentos de massa na luta de nossos direitos?


    O livro “Comunicação de Interesse Público” trás o caso do Parlamento Escocês, onde qualquer cidadão pode encaminhar uma petição pela internet (ou carta) solicitando debate de algum assunto no parlamento. Essa petição fará parte de um fórum público para discussão. Há um moderador para análise e encaminhamento dos pedidos. A sugestão pode até virar projeto de lei. Em sua maioria as petições tratam de assuntos da comunidade local.

    É uma forma completamente diferente de interação entre governo e cidadão. Já presenciamos quebra de barreira geográfica na comunicação entre pessoas e circulação de mercadorias. A internet mostra-se eficaz agora para atingir aos interesses populares. Nos E.U.A está circulando uma petição para que o governo estabeleça leis relacionadas à emissão de poluentes. Qualquer cidadão do mundo pode assinar a petição, pois é um problema mundial! Assine.

    Transparência traz confiança. As empresas que entram no Novo Mercado da bolsa de valores mostram a credibilidade que adquirem dos acionistas. Aplicando transparência em ações governamentais deverá surgir o mesmo efeito frente ao cidadão. Maior facilidade de encaminhamento dos anseios da população ao governo irá gerar maior participação e qualidade política. Já temos as ferramentas! É promissor perceber que está cada vez mais fácil deixar de ser comodista.
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